Polícia

Vídeo: Após menino autista ser agredido em brinquedoteca, mãe exige rigor da lei contra agressor e não aceita desculpas

Um homem foi flagrado pelas câmeras de segurança dando tapas na cabeça do menino e disse ainda que não queria saber se ele era pcd ou autista

Um menino autista de 5 anos foi agredido com tapas na cabeça enquanto brincava em uma brinquedoteca do condomínio Residencial Parque Pantanal, em Cuiabá. A violência foi registrada pelas câmeras de segurança e a mãe da vítima registrou um boletim de ocorrência por lesão corporal. Ela espera que o suspeito responda criminalmente pela atitude. O caso ocorreu na semana passada, porém, somente agora veio a público com a divulgação das imagens da violência. 

Em entrevista ao Leiagora, a mãe da vítima, que prefere não se identificar, relatou que estava com o filho na brinquedoteca, quando saiu por alguns minutos para ir até a portaria receber o entregador. “Nunca imaginei que isto pudesse acontecer. Eu deixei meu filho lá porque ele estava brincando com outras crianças da idade dele”, comentou. 

Porém, ao retornar ela foi abordada pelo agressor que chegou falando que o filho dela era mal educado. A mãe conta que no momento não conseguia entender o que havia acontecido, chegou, inclusive a se desculpar e tentar explicar que seu filho era autista. Porém, o suspeito, bastante alterado disse que não queria saber se a criança era “pcd ou autista, mas se encostasse em seu filho bateria novamente”. 

Somente quando retornou para casa com a criança é que a mãe da vítima começou a entender o que havia ocorrido. Isto porque o filho, que é monossilábico, portanto sequer poderia ter sido mal educado com o suspeito, relatou: “mamãe, machucou cabeça (Sic)”. E reclamou de dor. 

A mulher aguardou horário comercial para solicitar as imagens das câmeras da brinquedoteca, momento em que viu seu filho ser agredido. Ela então levou o caso para a Delegacia Especializada de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente (Deddica), que já recolheu as imagens do condomínio, pegou o depoimento da mãe e da criança, que foi ouvida por psicóloga e assistente social. Agora o agressor deverá ser chamado para depor. 

 
Questionada sobre o que espera da Justiça, a mulher diz que espera que o rigor da lei seja aplicado contra o agressor. “Também fiz questão de levar a imprensa para mostrar que a criança com deficiência tem dificuldade para se expressar, incluindo, casos de violência, de agressão, então é um alerta para que as mães fiquem atentas, tenham cuidado redobrado. Porque os outros filhos ainda contam, mas os nossos não”, declarou bastante emocionada. 

Ela se disse ainda ter ficado bastante revoltada, principalmente após assistir às imagens e perceber que não houve agressão do filho dela na outra criança. “Meu filho tentou pegar no braço dele, na mãe, como ele costuma fazer com outras crianças para brincar e correr, mas o pai ficou bastante incomodado, dá para perceber que ele fala algo como ‘sai de perto’. Meu filho começou a girar e fazer o esteriotipismo dele, mas para esse pai isso foi uma afronta, por isso ele levantou e deu um soco na cabeça do meu filho”, comentou. 
Já sobre como pretende lidar com a situação no condomínio, a mulher relata que tem tentado se controlar para permitir que seu filho continue brincando e socializando com outras crianças, porque ele nem entendeu o porquê estava apanhando. 

“Toda vez que vou ter que passar por esse espaço dá um frio na barriga, tenho que me controlar para não impedir que ele socialize, controlar a situação para que ele continue brincando, porque ele não entendeu nada, nem porque estava apanhando. Preciso mostrar para ele que pode brincar, eu já tinha uma atenção especial para ele, mas não pensei que nessa minha pouca ausência isso poderia ocorrer. Os pais aqui têm tanta segurança em deixar as crianças que ficam no pátio, que são crianças que sabem expressar, relatar, mas eu sempre desci com meu filho, ele sempre esteve acompanhado. É uma revolta grande para mim, para mim, é inadmissível um pedido de desculpa, quero que o rigor da lei seja aplicado para ele”, finalizou.
Leiagora

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