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Roberto Dias é preso por mentir na CPI

Irritado com o depoimento do ex-diretor da Saúde, o presidente da comissão, Omar Aziz (PSD), mandou prendê-lo por mentir

Rafaela Felicciano/Metrópoles

Alvo de voz de prisão por mentir na CPI da Covid, o ex-diretor de logística do Ministério da Saúde Roberto Ferreira Dias deixou lacunas e se contradisse durante depoimento no Senado, na tarde desta quarta-feira (7/7). A atitude culminou em ira do presidente da comissão, Omar Aziz (PSD), que mandou prendê-lo.

Um desses pontos de gargalo é o encontro do suposto pedido de propina. Dias afirmou à CPI que estava no restaurante com um amigo e Dominghetti apareceu, levado pelo coronel Blanco, assessor de Logística do ministério. Segundo o depoente, o encontro foi “acidental”.

“Fui tomar um chope. Em dado momento, uma pessoa se dirigiu ao coronel Blanco, apresentando-se como Dominguetti”, disse.

Dias antes, no entanto, áudios do celular de Dominguetti, obtidos pela CPI, apontam que o encontro foi previamente combinado.

 “Dominguetti, no dia 25, às 14h55, recebe um áudio dizendo ‘está tudo acertado hoje à noite o encontro seu com Roberto Dias?’ Ele responde: ‘Está.’ Está nos áudios que temos do senhor Dominguetti. Então não pode ter sido coincidência ter se encontrado. Isso tá me cheirando… E eu estou tentando lhe ajudar. Agora chegar aqui, dizer que saiu, e não sabe por quê; que tiraram poderes do seu departamento e não sabe por quê; que demitiram duas pessoas do seu departamento e não sabe por quê”, queixou-se Aziz.

Dossiê

Outro ponto que irritou o presidente da CPI foi a existência de um dossiê que Dias teria feito para se proteger, ao ser exonerado no último dia 30 de junho.

“O senhor sabe que o senhor fez um dossiê para se proteger. Eu estou afirmando, eu não estou achando. Nós sabemos onde está esse dossiê, e com quem está. Não vou citar nomes para que a gente não possa atrapalhar as investigações. O senhor recebeu várias ordens da Casa Civil por e-mail, lhe pedindo para atender. Era ‘gente nossa’, ‘essa pessoa é nossa’. Não foi agora, não”, declarou Aziz, impaciente com algumas respostas de Dias.

Dias não confirmou, nem negou a existência do dossiê. A coluna Radar, da Veja, publicou que os documentos estariam guardados na Europa

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