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Moraes manda prender Oswaldo Eustáquio. Polícia identifica outro envolvido em terrorismo

 
O blogueiro Oswaldo Eustáquio (de amarelo) foi visto entrando no Palácio da Alvorada, onde teria ido por temer ser preso e foi atendido por Jair Bolsonaro. Foto: Reprodução YouTube

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), ordenou a prisão dos influenciadores bolsonaristas Oswaldo Eustáquio e Bismark Fugazza, este último ligado ao canal Hipócritas, no YouTube. Ambos são acusados de participar e incentivar manifestações golpistas contra a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), no dia 1° de janeiro.

Em 12 de janeiro Oswaldo Eustáquio teria se escondido no Palácio do Alvorada, residência do presidente da República, para evitar possível prisão por envolvimento com a violência na capital federal na noite daquele dia. Ele negou e afirmou que sua entrada no palácio “não tem nenhuma relação com refúgio de prisão”.

O agitador já tinha sido preso em 2020 por participar de atos antidemocráticos. Porém, ele tem descumprido as condições impostas para sua liberdade, o que motivou nova ordem de prisão.

Por sua vez, Bismark teve prisão decretada por sua participação ostensiva na promoção de atos golpistas, como bloqueios de estradas em todas as regiões do país e concentrações de bolsonaristas em frente a unidades das Forças Armadas.

Mais cedo, o nome de Alan Diego dos Santos Rodrigues foi revelado como o do segundo homem envolvido com o plano de atentado terrorista em Brasília no próximo fim de semana. Ele foi identificado pela Polícia Civil. O primeiro envolvido, o “empresário” George Washington de Oliveira Sousa, está preso preventivamente. Foi  transferido para o Complexo Penitenciário da Papuda. A medida não tem prazo para terminar.

Alan – possivelmente foragido – seria parceiro de George Washington na montagem da bomba e na estratégia de plantá-la. É natural de Comodoro (MT) e trabalha como eletricista. Ele tem fotos com diversos parlamentares e aliados do ainda presidente Bolsonaro, como Daniel Silveira (PTB-RJ), o ex-senador Magno Malta e o agitador Zé Trovão (PL), deputado federal eleito por Santa Catarina. Alan participou de bloqueios nas estradas e passou o Natal em frente ao QG do Exército, em Brasília.

O artefato explodiria um caminhão de combustível próximo ao aeroporto Juscelino Kubitschek, em Brasília, provavelmente no estacionamento. Mas um poste de energia em Taguatinga também foi citado como possível alvo. O objetivo dos atos terroristas seria dar “início ao caos que levaria à decretação do estado de sítio”.

George Washington afirmou textualmente quem o influenciou a entrar em tal empreitada. “O que me motivou a adquirir as armas foram as palavras do presidente Bolsonaro, que sempre enfatizava a importância do armamento civil dizendo que um povo armado jamais será escravizado”, confessou o hoje preso na Papuda. Há ainda outro suspeito citado pelo “empresário” cujo nome é mantido em sigilo pela polícia até o momento. Todos são apoiadores de Jair.

O secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, Júlio Danilo, afirmou nesta segunda-feira (26) que o governo distrital tem  a intenção de desmobilizar os acampamentos de bolsonaristas no QG do Exército esta semana. “Essas ocorrências do final de semana chamam atenção, isso vai ser considerado e a gente tem reunião essa semana para poder estar discutindo o tema”, afirmou o secretário ao jornal O Estado de S. Paulo.

Ele acrescentou que tem contato “quase que diariamente” com Andrei Passos, futuro diretor-geral da Polícia Federal e responsável pela coordenação da segurança do presidente erleito, Luiz Inácio Lula da Silva.

Segundo a colunista Mônica Bergamo, da Folha de S. Paulo, George Washington Sousa participou de uma audiência pública no Senado Federal que questionava a eleição de Lula em 30 de novembro. De acordo com a matéria, a polícia legislativa já sabe quem autorizou a entrada de George Sousa no Senado, mas a informação é sigilosa.

No evento, por “iniciativa do senador Eduardo Girão (Podemos – CE)”, estiveram no debate os bolsonaristas Fábio Wajngarten, ex-chefe da Secretaria de Comunicação do governo de Bolsonaro, e o jurista Ives Gandra, entre outros.

Oswaldo Eustáquio e Bismark Fugazza também participaram daquela audiência.

Sul 21

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