Polícia

Juiz manda assassino da advogada Cristiane Tirloni voltar para presídio de Chapada

As investigações da Polícia Civil confirmaram que Almir estuprou, espancou e matou Cristiane por asfixia.

O juiz Geraldo Fidélis, da 2ª Vara Criminal de Cuiabá, determinou que o ex-policial militar Almir Monteiro dos Reis, 49 anos, retorne para a cadeia pública de Chapada dos Guimarães, destinada a ex-policiais que cometem crimes. A informação foi confirmada ao RepórterMT pelo próprio magistrado.

Almir assassinou a advogada Cristiane Tirloni, 48 anos, no dia 13 de agosto, poucas horas após conhecê-la em um bar. As investigações da Polícia Civil confirmaram que ela foi estuprada, espancada e morta por asfixia.

Na decisão, Fidélis destaca que esta é a única forma de o Governo do Estado manter a “integridade física e psicológica” do preso.

“Pelo exposto, determino a imediata transferência do preso provisório Almir Monteiro dos Reis, para a prisão comum (e não quartel ou alguma prisão especial), sem nenhum tratamento diferenciado, na Cadeia Pública de Chapada dos Guimarães, o único local onde o Estado, dentro da legalidade, que poderá salvaguardar sua integridade física e psicológica, a fim de que responda o processo e, havendo condenação, permaneça preso durante a pena, sujeitando-o às mesmas regras e sistema de disciplina dos presos comuns, que ele, desde já, enquanto provisório, o é”, diz trecho da decisão.

Em entrevista ao RepórterMT, o juiz destacou que a cadeia de Chapada não se trata de “presídio militar” e sim de presídio comum. No entanto, é para esta unidade que o Estado envia ex-militares, para que não haja “banho de sangue” em outras unidades, como a Penitenciária Central do Estado (PCE), onde Almir está atualmente, em cela isolada.

“Eu gostaria de deixar bem claro que ele não foi transferido para prisão militar, de maneira alguma. Ele foi transferido para uma prisão comum, cuja classificação se dá para as pessoas que tiveram uma função na segurança pública, para não misturar, para não dar ‘banho de sangue’, mas não é prisão militar, que é administrada pela Polícia Militar, não é isso, nem tampouco quartel. Lá é uma cadeia comum, administrada pela Secretaria de Administração Penitenciária”, explicou Fidélis.

O assassinato

Segundo a Polícia Civil, Almir matou Cristiane durante a madrugada do dia 13, entre meia noite e 2h. Em seguida, ele limpou o sangue da vítima por toda a casa, com creolina e sabão em pó, numa tentativa de dificultar as investigações. Neste tempo, ele deixou o corpo de Cristiane no banco do passageiro do carro dela, um Jeep Renegade verde.

Por volta das 8h30, Almir colocou óculos escuros na mulher e a levou até o Parque das Águas, onde abandonou o corpo. Ele então pediu um carro de aplicativo e voltou para casa.

Ele passou o dia com a namorada e acabou preso à noite, pela Polícia Civil, após rastrearem as antigas localizações de Cristiane pelo celular da mulher.

O inquérito foi concluído nessa quarta-feira (23) e enviado ao Ministério Público de Mato Grosso, a quem cabe a responsabilidade de oferecer a denúncia criminal ao Judiciário.

Almir foi indiciado pela Polícia Civil por feminicídio quadruplamente qualificado, pelos crimes de estupro, que ocorreu antes da morte da vítima, e por fraude processual, em razão de ter limpado a cena do crime.

RepórterMT

Foto: Montagem/RepórterMT

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