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Ex-PM compreende atos do crime que tirou a vida da advogada , diz laudo

Polícia Civil

Laudo emitido por peritos médicos atestou que o ex-policial militar Almir Monteiro dos Reis, 49, preso em flagrante pelo feminicídio da advogada Cristiane Castrillon da Fonseca Tirloni, 48, tinha capacidade de compreensão de seus atos na data do crime, cometido em 13 de agosto de 2023, em Cuiabá.

Conforme laudo da Perícia Oficial e Identificação Técnica do Estado (Politec), apesar de possuir algum transtorno de natureza psiquiátrica, Almir era capaz de entender o caráter ilícito do ato que praticou. A partir do resultado dos exames encaminhados ao Judiciário, a ação penal, que estava suspensa desde a determinação para realização do exame, em novembro de 2023, agora terá andamento na 12ª Vara Criminal da Capital.

Após manifestação do Ministério Público e defesa nos autos, o próximo passo da ação penal é a audiência de instrução e julgamento, onde serão ouvidas as testemunhas que foram arroladas pelo MP e pela defesa do acusado, que está sob responsabilidade da Defensoria Pública, autora do pedido de exame. Após a fase dos depoimentos, o juiz titular, Wladymir Perri, irá decidir se o acusado deve ser levado a júri.

Caso Almir seja pronunciado, a Defensoria Pública poderá ainda recorrer da decisão ao Tribunal de Justiça, o que poderá acarretar mais tempo de duração do processo. O feminicida da advogada foi submetido ao exame no dia 29 de janeiro. Na época do pedido, o promotor de Justiça Jorge Paulo Damante Pereira, da 2ª Promotoria de Justiça Criminal da Capital, foi contrário à realização do exame bem como ao pedido de absolvição sumária do réu, com base em outro exame de insanidade mental, realizado em 2016, que atestava ser ele portador de esquizofrenia paranoide.

O promotor enfatizou que apesar da doença ser um transtorno que carece de atenção médica psiquiátrica, de maneira alguma leva alguém a cometer a atrocidade que ele cometeu.

“Não havendo nenhuma dúvida, portanto, quanto a integridade mental do acusado no que se refere à capacidade de entendimento acerca do caráter ilícito do crime por ele cometido”, cita o promotor em documento anexado Com conclusão dos peritos, à ação penal, em setembro.

Crime chocou sociedade pela violência

O feminicídio da advogada Cristiane Castrillon chocou a sociedade pelo requinte de violência empregado pelo assassino, o ex-policial militar Almir Monteiro dos Reis. Depois de conhecer o assassino em um bar, onde estava com amigos, a vítima seguiu em seu veículo para a casa do agressor, no bairro Santa Amália.

Poucas horas após o encontro, a vítima, de pequena estatura, era espancada, abusada sexualmente e asfixiada pelo assassino que teve a frieza de lavar o corpo dela, vestir as roupas e a colocar no banco do passageiro do próprio veículo, no qual foi abandonada no início da manhã, no estacionamento de um parque da cidade, a mais de 10 quilômetros da casa dele.

Depois de lavar os vestígios de sangue da vítima da residência e colocar a roupa de cama de molho, chamou uma namorada com quem passou o dia. No início da noite, foi preso em flagrante na casa e confessou o crime.

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