Do Leitor

Estamos prontos?

Os sinais estão cada vez mais claros em contraponto aos dias cada vez mais escuros.

MARCELO PORTOCARRERO .

Estamos prontos para entender a mensagem única e definitiva sobre o nosso destino?

Alguns acham que não, certo é que tudo leva a crer estejamos quase lá e não será ninguém entre nós quem decidirá quando nem como, mas sim as circunstâncias.

Essa mensagem não versará sobre o dia do juízo final, será um aviso de que ele não tardará a acontecer se continuarmos trilhando o atalho que estamos construindo em sua direção. Por certo não será uma sentença, mas um último alerta. 

Os sinais estão cada vez mais claros em contraponto aos dias cada vez mais escuros que se apresentam a nossa frente. Escuridão que não é causada pela fumaça das queimadas que a própria natureza gera, tão pouco por aquelas que produzimos, será pela falta de consciência que a tudo turva e a todos atinge.

Não virão de explosões das bombas atômicas que a pretexto de defesa atulham os arsenais das potências hegemônicas mundiais e que mesmo assim continuam a ser insanamente buscadas por aquelas que ainda não as possuem. Nós mesmos, para não deixar ninguém fora do contexto, posto que estamos associados a essa inquestionável realidade e a razão pela qual usamos o pretexto de que esses artefatos funcionarão como salva-vidas em um oceano de calmarias artificialmente produzidas.

Uma tolice insana para quem já viu e viveu as agruras dos tsunamis causados pelos arroubos da própria natureza através de erupções vulcânicas e dos movimentos tectônicos nas entranhas de um planeta em permanente mutação.

Essas convulsões naturais a que estamos sujeitos são quase sempre ignoradas por aqueles que desconsideram o destino traçado ao nosso mundo em seu lento vagar pelo universo até sua extinção em um futuro distante se assim permitirmos.

Para piorar, existem indivíduos que disso se aproveitam na ânsia de se fazerem ver como paladinos da salvação quando na verdade não passam de aproveitadores tão ou mais responsáveis pela aceleração dos processos naturais a que estamos sujeitos quanto aqueles que acusam de assim proceder.

A questão que se apresenta de forma clara e permanente reside na imponderabilidade da aplicação de uma teoria que a muito, mas muito tempo mesmo, a Terceira Lei de Newton, nos mostra que para toda ação existe uma reação contrária e de mesma intensidade. O problema é que em relação a nós ela não se aplica porque em nosso caso a reação não é igual e contraria, mas sim maior e definitivamente atuando no mesmo sentido.

Não há como impedir seu avanço nem como mudar nosso destino enquanto não houver equilíbrio entre as forças inconseqüentes que nos movem uns contra os outros e assim sendo carregam todos para o mesmo destino.

Exemplo disso está na constatação de que enquanto uns trabalham na produção de mais alimentos para dar de comer a todos outros a eles se opõem alegando que agindo assim promovem a aceleração do processo de destruição.

Aí está, nessa discussão reside um dos nossos problemas, talvez o principal deles, a ganância. Sim, a ganância, porque os que dessa forma procedem o fazem bancados por aqueles que já destruíram ou estão a ponto de esgotar suas reservas naturais bem como de produção e agora procuram se apropriar das áreas remanescentes em proveito próprio.

Voltando a questão inicial, de quem virá o último aviso?

Será de um ser supremo, aquele que projetou o universo ou de alguma outra civilização que nos observa desde o início dos tempos?

Certo é que vira, não demora, e partirá de quem colocou entre nós Jesus, Alá, Maomé, Buda, não importando os nomes como são conhecidos, e tantas outras personagens anônimas que foram espalhadas pelo mundo na tentativa de fazer com que aqui reinasse a paz que nunca tivemos.

RepórterMT

Marcelo Portocarrero é engenheiro civil.

 

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