Opinião

Educadora explica poder da atividade física na saúde mental.

 

O tema saúde mental está muito em alta nos últimos anos.

Arquivo Pessoal
 Com pandemia, rotina corrida e estressante, traumas e momotos difíceis, as pessoas desenvolveram distúrbios que comprometem o físico e emocional, que estão inteiramente ligados. A campanha “Setembro Amarelo” lança ainda mais luz sobre prevenção do suicídio e a saúde da mente de modo geral. 

Para entender um pouco mais sobre a relação mente e corpo e como a saúde do corpo influencia na saúde mental, o GD conversou com a educadora física Amanda Santos. A profissional explicou como o exercício pode auxiliar na melhora da no bem-estar e qualidade de vida, principalmente como liberação a hormonal, até melhora nas atividades do dia-a-dia.

“Quem tem a saúde mental debilitada se sente incapaz de muita coisa na sua cabeça, no campo das ideias e nem chega a testá-las no mundo real. O exercício físico te põe em contato com a sua capacidade efetiva aqui e agora”, explicou a educadora.  

Amanda conta que a mente é quem controla o corpo e, que por isso, é ela quem limita ou desafia o que o corpo pode fazer. É por isso que ela pontua inclinação que algumas pessoas têm em recorrer a remédios, em vez de ajustar a rotina para um estilo de vida mais saudável. 

“Uma gama de remédio psiquiátricos são para estímulo de produção de determinados hormônios ou para reprodução de comportamentos dos quais esses hormônios são responsáveis. A atividade física associada a um bom estilo de vida realiza o mesmo. Liberam hormônios responsáveis pelo sono, prazer, foco, atenção, libido, muita gente toma medicações sem nem tentar ajustar os hábitos “, argumenta. 

Para pessoas que sofrem de ansiedade ou estresse, Amanda explica que não é a atividade que vai ajudar a pessoa a diminuir esse quadro, mas sim a intensidade que ela utiliza e a alternação dos exercícios da academia com atividades como yoga e a dança que podem ajudar no relaxamento e no foco.

“Quadros de ansiedade pedem atividades que ultrapassem a barreira dos 70% da frequência cardíaca máxima (FcMax) ou ultrapassando a faixa de 15/16 na escala de percepção de esforço de Borg, ambos os marcadores indicam atividade relativamente intensa. E alternar as atividades que exigem mais esforços e desgastes como um treino de musculação bem feito com atividades que sejam mais animadas ou relaxantes como uma aula de dança ou yoga seria o melhor dos mundos”, orienta.

Um estudo da Organização Mundial da Saúde (OMS), de 2021, mostra que 80% da população já teve ou terá dor na coluna e que esse é o principal motivo das idas ao médico da população. Amanda recomenda a musculação para aliviar o desconforto. Mas alerta que quem tem essas lesões não pode fazer exercícios sem orientação profissional.

“Minha recomendação sempre vai ser a musculação em primeiro lugar. E hoje nós temos um ambiente mais favorável a isso, todos os profissionais da saúde falam a mesma língua no que tange esse assunto. Graças a muitos estudos realizados na área do exercício físico e biomecânica, hoje sabemos que tudo dentro de uma sala de musculação pode ser adaptado a diferentes necessidades e limitações”, ressalta. 

A piora da saúde mental pode estar ligado a exaustão do dia- a- dia. Para isso, existem exercícios caseiros que podem auxiliar no relaxamento ao final das atividades cotidianas. O alongamento é a recomendação da personal para ajudar no alívio de estresse. Ele é eficiente sem ser desgastante.

“Escolha umas 3 posições para cada parte do corpo, membros superiores e inferiores. Realizar pelo menos 3 séries segurando pelo menos 30 segundos em cada postura já deixa o corpo bem relaxado para ter uma boa noite de sono”, ensina.

Por mais que a atividade física auxilie em muitos pontos da saúde, há pessoas que ainda a encarem apenas como algo para fins estéticos.  A personal conta que admira as musas fitness, mas que, principalmente as mulheres, precisam entender que a beleza está na individualidade. A busca pela perfeição afeta muito o emocional. As pessoas são diferentes, com corpos e vidas distintas. 

“Um dos pilares do bem-estar e da qualidade de vida é a  autoestima e se sentir bem com sua imagem é fundamental. O problema está em encarar o quesito estético como única finalidade para realizar atividade física, quando, na verdade, ele é a última consequência. Muita coisa melhora antes de uma mudança significativa no corpo. O problema é que as pessoas se apegam tanto as fotos (com certeza) retocadas das redes sociais e partem pro tudo ou nada. E é aí que elas perdem a beleza da vida, que é melhorar de pouquinho em pouquinho, um dia de cada vez. A gente tem que se inspirar nas pessoas amando as suas individualidades e imperfeições e se orgulhando dos seus progressos”, alerta.

A atividade física é benéfica para prevenir doenças, melhorar a saúde do corpo e da mente, mas buscar ajuda médica é fundamental para alguns casos. Procure ajuda profissional de psicólogos e psiquiatras quando necessário.

Gazeta Digital

Foto: Arquivo Pessoal

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