Opinião

De volta aos tempos em que vacas vestiam farda e davam golpe

Militares escondem resultados de auditoria nas urnas

bota de militar próximo ao congressoOrlando Brito/Instagram

Sabe a última dos militares que voltaram ao poder pelas mãos de Bolsonaro, gostaram tanto que não sairiam de lá tão cedo?

Bolsonaro disse que em 2018 só não se elegeu presidente no primeiro turno porque houve fraude. Os militares concordaram.

Bolsonaro disse que pessoas votaram no número dele e que na urna apareceu o número de Fernando Haddad, candidato do PT.

Os militares disseram que seria possível. E sugeriram fazer uma auditoria nas urnas e no processo de apuração dos votos.

Falaram até em apuração paralela de votos, em simulação de votação com urnas de papel só para testar.

O Tribunal Superior Eleitoral cedeu à pressão deles para não arrumar mais confusão. E agora…

Não querem admitir que não encontraram falhas. Bolsonaro ficaria irritado. Se ele perder a eleição, como dirá que foi roubado?

Há generais que estão mais para “vacas fardadas”. A expressão foi cunhada pelo general Olímpio Mourão Filho.

Mourão (nada a ver com o atual vice-presidente da República) liderou as tropas que deflagraram o golpe militar de 64.

De Juiz de Fora, Minas Gerais, ele foi direto para o Rio. Ganhou como prêmio a presidência da Petrobras. E mais tarde, afirmou:

“Em matéria de política, sou uma vaca fardada”.

Ricardo Noblat é jornalista

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