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Após viralizar, Koo contrata time de comunicação no Brasil e planeja ter equipe no país

Após viralizar, Koo contrata time de comunicação no Brasil e planeja ter equipe no país

Após viralizar, Koo contrata time de comunicação no Brasil e planeja ter equipe no país
Rede social indiana ganhou usuários no país por conta do nome inusitado e das polêmicas do Twitter com seu novo dono, Elon Musk.

Diante do sucesso repentino, desde então, seus donos decidiram lançar a versão em português, contrataram uma equipe de comunicação no país, questionaram os usuários se deveriam mudar o nome da rede e já planejam contratar funcionários brasileiros.

Tudo aconteceu graças às polêmicas que o rival Twitter tem vivido nas mãos de seu novo dono, Elon Musk, que têm feito alguns usuários saírem de lá. E muito devido ao nome da rede, um convite para piadinhas no Brasil.

“Koo é o som de um pássaro cantando”, explicou Mayank Bidawatka, cofundador do Koo, em entrevista ao g1, por e-mail. “Quando você cria uma marca global, é importante ter um nome simples e que possa ser pronunciado facilmente por todos.”

Depois de aprender o duplo sentido da pronúncia da palavra, a empresa diz que até perguntou para os usuários brasileiros se a rede deveria ser rebatizada.

“O Koo fez uma enquete para saber se os usuários brasileiros gostariam de uma mudança no nome da marca. Quase 400 mil brasileiros votaram e a maioria deles quis que o nome fosse mantido”, disse Bidawatka, que criou a plataforma em 2020 com Aprameya Radhakrishna.

Concessões ao Brasil

Até agora, o Brasil tem 400 perfis verificados, sendo o influenciador Felipe Neto o mais popular, com mais de 680 mil seguidores.

“Nossa prioridade como uma empresa focada nos usuários foi permitir que brasileiros postassem em português”, disse Bidawatka

No Koo, usuários precisam definir o idioma de suas postagens. Quando o aplicativo não tinha suporte ao português, até era possível publicar algo no idioma, mas o conteúdo ficava salvo como um texto em inglês, por exemplo.

Koo App ganhou popularidade após Twitter ser comprado por Musk  — Foto: Reprodução/Koo

Koo App ganhou popularidade após Twitter ser comprado por Musk — Foto: Reprodução/Koo

Segundo Bidawatka, a plataforma seguirá sendo atenciosa com os brasileiros. “Eles têm generosamente nos enviado pedidos por novos recursos e nós temos atendido a eles em um ritmo muito rápido”, afirmou.

O crescimento faz a empresa, que tem 200 funcionários, considerar abrir um escritório no Brasil. “Nós contrataremos brasileiros para nossas operações no Brasil porque acreditamos fortemente no emprego local”, adiantou Bidawatka.

Polêmicas na Índia

O executivo diz que quer que o Koo seja diferente do Twitter e que tem a missão de “unir o mundo”. Bidawatka negou as acusações de que, na Índia, a rede promova propagandas do governo e deixe de combater de forma eficiente o discurso de ódio contra muçulmanos. 

Por que Koo?

Segundo o executivo, a escolha pelo pássaro, mesmo símbolo do Twitter, remete aos pombos-correios e ao desejo do Koo de ser uma “plataforma onde informações, pensamentos e opiniões são trocados”.

Como o Koo ganha dinheiro?

Sem dar detalhes sobre o financiamento, Bidawatka disse que o Koo está bem capitalizado e que, no momento, está concentrado “no crescimento, na consolidação, na felicidade do criador de conteúdo e na introdução de novos recursos interessantes”.

A rede social quer continuar gratuita e, por isso, entende que é preciso “monetizar usando outros meios, como anúncios”, como explicou o executivo.

O plano é diferente ao do rival Twitter, que quer depender menos de propaganda e se concentra no seu plano pago.

“Permitiremos muitos outros meios de agregar valor aos criadores e estes também serão monetizados”, prometeu o cofundador da plataforma.

Qual a diferença para o Twitter?

As polêmicas do Twitter envolvendo Elon Musk, incluindo as postagens em que o bilionário ironiza a demissão em massa de funcionários da empresa, levaram muitos usuários ao Koo. A rede indiana, portanto, quer se distanciar de seu concorrente maior.

“Somos diametralmente opostos ao que o Twitter acredita. Há muita instabilidade no Twitter e isso está causando inquietação entre os usuários em todo o mundo”, disse Bidawatka.

“A maior diferença entre o Koo e o Twitter está em nossa filosofia. Nossa missão é unir o mundo apesar das barreiras linguísticas”, disse o executivo, em referência ao recurso da plataforma que permite postar o mesmo conteúdo em mais de um idioma.

“O Koo é sobre os usuários finais. Respeitamos os direitos de todos os usuários e queremos que eles sintam que são importantes aqui”, continuou.

Como o Koo é visto na Índia, seu país-natal?

O Koo ganhou espaço em 2021 em meio a uma batalha entre o governo indiano e o Twitter. O primeiro-ministro Narendra Modi determinou que o Twitter bloqueasse contas de críticos ao seu governo, mas a rede alegou que a justificativa para o pedido era “insuficiente”.

Insatisfeitos com a decisão, integrantes do governo Modi e celebridades de extrema-direita na Índia migraram para o Koo. Por lá, o aplicativo é acusado de promover propagandas do governo e de não combater de forma eficiente o discurso de ódio contra muçulmanos.

Aprameya Radhakrishna e Mayank Bidawatka, cofundadores da rede social Koo — Foto: Reprodução

Aprameya Radhakrishna e Mayank Bidawatka, cofundadores da rede social Koo — Foto: Reprodução

Questionado pelo g1 sobre a controvérsia, Bidawatka disse que as acusações são infundadas. Segundo ele, o Koo trata todos os usuários igualmente, “independentemente de sua raça, credo, cor, idioma ou país de origem”.

O executivo também classificou como “informações falsas” as alegações que recebe na Índia de que a plataforma seja de direita e disse que isso também está acontecendo no Brasil.

“Isso é bastante normal quando uma plataforma ganha impulso. As pessoas querem colori-la com notícias e propagandas falsas para impedir sua adoção”, afirmou.

“O Koo não é sobre política. Somos apolíticos e não tomamos partido porque não temos opinião própria enquanto plataforma”, afirmou. “Não acreditamos em desrespeitar as leis locais e ir contra a cultura e as sensibilidades locais. Somos um reflexo da comunidade local”.

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