Opinião

Apoio a Deltan tem CACs, negacionistas e apoiadores do 8 de janeiro

Deputado anexou lista com apoio de 115 deputados, com predominância do PL, de Jair Bolsonaro, com 49 assinaturas de adesão

Hugo Barreto/Metrópoles

A lista com o apoio de 115 deputados anexada à defesa de Deltan Dallagnol (Podemos-PR) protocolada na Câmara, na semana passada, destaca uma participação densa do PL, de Jair Bolsonaro: 49 parlamentares da legenda assinaram o documento em apoio ao ex-procurador da Lava-Jato.

Esses deputados são contra a cassação de seu mandato, decidida pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) há duas semanas.

Entre os signatários, quase a totalidade de bolsonaristas, há um grupo considerado da bancada da bala (7 coronéis, 3 capitães, 3 sargentos e dois generais) e defensores dos CACs (Caçadores, Atiradores e Colecionadores).

Muitos deles são negacionistas e foram contrários a medidas preventivas na época da Covid 19 e até defenderam uso de medicações não comprovadas no combate ao vírus, caso do Bia Kicis (PL-DF), Carla Zambelli (PL-SP) e o general Pazuello (ex-ministro da Saúde), e do PL do Rio, entre vários outros.

Nessa lista há também bolsonaristas acusados de apoiar os atos de 8 de janeiro e que são alvos de inquérito no STF, como André Fernandes (PL-CE), Silvia Waiãpi (PL-AP) e Clarissa Tércio (PP-PE).

Três apoiadores respondem a ação no Conselho de Ética: Nikolas Ferreira (PL-MG), Carla Zambelli (PL-SP) e José Medeiros (PL-MT).

Depois do PL, o União Brasil é o partido com mais adesões de apoio a Deltan, com 12 deputados, seguido do Podemos, com 10.

Na relação, tem até um vice-líder do governo Lula, Igor Timo (Podemos-MG), como mostrou este blog na semana passada. E há também deputados de partidos que ocupa ministérios, casos do MDB (2), União Brasil (12) e PSD (2).

Deltan Dallagnol afirma no texto que as assinaturas dos deputados “demonstram a significativa preocupação de centenas de parlamentares com o crescente desequilíbrio entre os poderes e abusos de autoridade que estão acontecendo no país. A cassação de mandatos sem previsão legal causa um risco sistêmico que enfraquece a democracia”.

Evandro Éboli – Formado em jornalismo pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), em 1987. Com passagens pelas redações do Tribuna da Tarde (JF), na editoria de Esportes. Depois, Hoje em Dia e Folha de S. Paulo, também em MG. Em Brasília, trabalhou no O Globo (coluna Swann, Ricardo Boechat; reportagem em Nacional e Política), no O Estado de S. Paulo, na Gazeta do Povo (PR) e Veja (coluna Radar). Enfoque em direitos humanos, histórias dos anos de chumbo e Congresso Nacional.

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