Política

Caldeirão Político

O “Caldeirão Político” continua fervendo e deve transbordar nos próximos dias, pois como todo utensílio de sua espécie que se preza, não tem tampa, e haja espaço para tantos pretensos candidatos à prefeitura de Rondonópolis na sucessão de Zé Carlos do Pátio.

Ao que tudo indica, a novela de 2020 deve se repetir em 2024, só que desta vez, às avessas. Não entendeu? O Caldeirão explica…

Nessa polarização entre direita e esquerda, que se criou dentro do cenário político desde 2018, Rondonópolis viveu nas Eleições Municipais de 2020, assim como a grande maioria dos municípios brasileiros, a chamada “Onda Bolsonaro”, quando quem mais utilizou o discurso separatista, foram os candidatos à majoritária.

Quem saiu ganhando com isso, lá em 2020, foi o então prefeito Zé Carlos do Pátio, ainda pelo Solidariedade (SD), hoje no PSB, declaradamente um político com viés de esquerda, reeleito com 44.605 votos, diante da grande divisão que viveu a outra ala, intitulada de direita, ou conservadora, como preferirem.

Pois bem, parece que a esquerda aprendeu a lição direitinho e está aplicando nesse período de pré-campanha eleitoral. Ao contrário da direita, que até então se concentra em um ou dois nomes, o outro lado já acenou com no mínimo quatro.

VAMOS LÁ

1- Zé Carlos do Pátio tenta, a todo custo, emplacar seu fiel escudeiro e amigo pessoal, Paulo José Correa (PSB), atual diretor do Sanear, como seu sucessor ao Palácio da Cidadania. Alguns dizem que é para amenizar a traição de 2022, quando ele foi trocado por Neuma de Moraes na vaga da Câmara Federal. Outros afirmam que é só um balão de ensaio, que o candidato do Zé seria o vice, Aylon Arruda. Em se tratando de Zé Carlos do Pátio, um político estrategista, tem-se que esperar pra ver.

2- Mesmo assim, vamos incluir na nossa relação o garoto do agro, vice da esquerda e que vem tentando se popularizar. Aylon Arruda, depois de algumas patacoadas, voltou a se aproximar do Zé. Não se sabe se é esperando apoio- e isso vai tirar o diretor do Sanear de campo, ou se ele está somente cumprindo as ordens de quem manda no partido. Pelo PSD, a indicação de Aylon como vice de Zé Carlos, lá em 2020, foi do deputado Nininho, e na atual conjuntura o peso maior fica por conta do senador licenciado, Carlos Fávaro (PSD), atualmente Ministro da Agricultura no governo Lula. Outro peso na mudança de comportamento do garoto do agro é que Zé Carlos agarrou de unhas e dentes sua linha política ideológica na defesa da vitória de Lula. E, uma vez que Aylon não conseguiu agradar a direita – e bem que tentou- o jeito foi se render ao discurso do outro lado.

3- Eis que entra no páreo, como pretenso concorrente à corrida eleitoral de 2024; o empresário do agronegócio, Carlos Ernesto Augustin, o Teti.


Filiado recentemente ao Partido dos Trabalhadores (PT), Teti deve ser o nome da Federação Brasil da Esperança, formada pelo PT, PV e PCdoB, nas eleições municipais do próximo ano em Rondonópolis.

Lembrando que o PT segue a orientação nacional de lançar candidato próprio em todas as cidades brasileiras. Numa dessa com quem vai Zé Carlos do Pátio? Paulo José, com quem tem uma dívida pessoal, Aylon Arruda – aí a dívida já é com o deputado Nininho e com o Ministro Carlos Fávaro, ou com o Teti, que seria, neste caso, o nome indicado pelo presidente Lula? O “Caldeirão Político” também está curioso.

Falando em Teti, depois da sua primeira aparição com a filiação ao PT, alguém mais ouviu falar dele, ou foi só o Caldeirão que percebeu que ele sumiu? Aliás, quem é Teti mesmo? É, ele precisa ser apresentado ao eleitor.

4- Mesmo dizendo que não é, não tem como negar a história do partido e fugir de suas raízes, o quarto candidatável Thiago Silva (MDB), também entra na lista da esquerda.

Esse sim seria, dentro das quatro linhas, uma pedra no caminho de Zé Carlos do Pátio, pois Thiago Silva – pupilo do “cacique Bezerra”, usa meios bem parecidos com os do atual prefeito; a campanha é feita em torno do populismo.

LADO DE LÁ

Já que o “Caldeirão”entendeu que o “garotão” do MDB tem vícios de esquerda, na direita impera, até então, um único candidato conservacionista.

Cláudio Ferreira, o paisagista, que concorreu às Eleições Municipais de 2020, ficando em terceiro lugar e eleito deputado estadual na campanha de 2022, é declaradamente pré-candidatíssimo à prefeitura de Rondonópolis.

Atualmente de mudança marcada do PTB para o PL, partido de Jair Bolsonaro, o paisagista não economiza críticas ao atual governo municipal e se intitula a melhor opção para a mudança.

Mas deve-se levar em conta também que podem surgir outros nomes pela ala da direita. Luiz Homem de Carvalho, o Luizão, que ficou em segundo lugar na campanha de 2020, também se filiou ao PL e não descarta a possibilidade de uma nova candidatura.

Outro nome cogitado nos bastidores políticos é o do ex-prefeito Adilton Sacheti do Republicanos. Provocado recentemente por Ananias Martins Filho, presidente do PL em Mato Grosso, Sacheti teria assumido a pretensão de participar do pleito do ano que vem. Ah, e com a possibilidade de ter como vice, o vereador Roni Magnani, que ainda não se decidiu pra onde vai ao sair do PSB de Zé Carlos do Pátio.

Sobre os pretensos pré-candidatos de direita, que moram em outra cidade, ou até mesmo em outro Estado e querem concorrer às Eleições Municipais de Rondonópolis, nós nem vamos falar. É pretensão demais.

Mesmo com essa enxurrada de pré-candidatos pela esquerda, uma vez se confirmando três nomes pela direita, podemos arriscar ao dizer que essa “tá no papo” do Zé Carlos. Mas vamos aguardar o andamento do jogo, ainda tem muita água pra passar por baixo dessa ponte. E por falar em ponte, os pescadores não esqueceram quem votou a favor da lei nº 12.197/2023, conhecida como Transporte Zero.

O “Caldeirão Político” se despede aqui e promete voltar na próxima semana. Se preparem, o clima vai continuar quente.

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