Do LeitorOpinião

O inglês dos iluminados

Por Jerry Mill

 

Well, a maior parte do meu dia a dia é dedicado principalmente ao estudo e ao ensino da língua inglesa. Tem sido assim há mais de três décadas, às vezes com mais ênfase a uma ou outra das necessidades acima, pois tenho comigo que o professor que hoje habita em mim não pode deixar de ser aquele aluno aplicado e apaixonado que eu tenho conseguido ser desde que eu inventei de decifrar (e me divertir com) a língua de Blake, Joyce e Twain.

Notwithstanding, nos últimos anos, eu acrescentei outras possibilidades nessa relação de admiração e amor pela língua inglesa. Uma delas é a de pesquisador de fenômenos em que a English language, de algum modo, está inserida, seja de forma direta ou indireta. Como no caso da sua real importância na vida de indivíduos e povos para os quais o idioma ainda recebe a pecha de ‘estrangeiro’, dentre os quais estão, obviamente, os brasileiros, para quem os atalhos parecem ser sempre mais promissores que os longos caminhos a seguir.

Then, claro está que, em solo nacional, há vertentes contraditórias nessa relação raramente pacífica com o idioma que, nascido no século V depois de Cristo, invadiu todos os continentes e levou consigo parte do que a Bretanha e, tempos depois, a América querem para si e para o mundo. Algo moldado localmente de modo caricato, nem sempre à imagem e semelhança do pensamento e do comportamento original. Um pecado cultural que tem sido cultivado há séculos, sem dúvida!

Therefore, para quem não o tem como primeira ou segunda língua, dedicar-se ao inglês com base em publicações impressas, áudios e vídeos certamente ajuda bastante no processo de aprendizagem. No entanto, essa parte passiva do saber necessita ser complementada pelas habilidades de falar e escrever os próprios entendimentos e sentimentos em relação ao mundo e às pessoas que nos cercam. Ou seja, a nossa voz não pode apenas repetir o que (verdade ou mentira) tantas outras já disseram antes de nós. Nossa vida é única e, em tese, nosso discurso deveria ser único também, ainda que contaminado ou deturpado pelo bombardeio de informações diárias a que estamos expostos cotidianamente, em qualquer lugar do mundo, graças aos mass media.

In Brazil, é notório que nossos alunos e professores leem pouco (e mal) em inglês e têm enorme dificuldade para entender o que os falantes nativos expressam verbalmente no seu ritmo e velocidade habituais. Por outro lado, compreensivelmente, Brazilians de diferentes idades e condições sociais consideram uma impossibilidade falar e escrever bem em inglês, mormente quando eles se deparam com situações reais de interação na vida pessoal ou profissional. Feito Hamlet, eles se questionam, parodiando o discurso alheio: “To speak, or not to speak?”

Well, para resolver (ou tentar remediar) isso, eu insisto: é essencial manter uma rotina de estudo e prática do idioma, o que inclui participar de grupos e eventos que promovem essa interação entre os reais interessados pelo assunto. É vital sair da teoria e mergulhar na parte prática do ensino/aprendizagem do idioma-alvo. Yet, claro que eu respeito (mas não necessariamente entendo) aqueles iluminados que preferem aprender “sozinhos”, seja pela internet ou utilizando métodos mais arcaicos, e duvidosos. Ou até mesmo aqueles que se matriculam, desistem e se rematriculam em diferentes language schools ao longo da vida. Sem me esquecer que há aqueles que espalham aos quatro cantos que aprendem/aprenderam inglês apenas com games, músicas ou filmes/séries.
De todos, estes últimos estão mais próximos da divindade e da imortalidade, talvez…

(*) JERRY MILL é presidente da ALCAA (Associação Livre de Cultura Anglo-Americana), membro-fundador da Academia Rondonopolitana de Letras (ARL) e associado honorário do Rotary Club de Rondonópolis.

 

JERRY MILL

 

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