Opinião

Lula começa a desarmar a pátria armada por Bolsonaro

O número de crimes violentos deverá cair

 
III Encontro Nacional pela Liberdade PROARMAS em Brasília 2Gustavo Moreno/Metrópoles

É só querer. Bolsonaro quis fazer do Brasil uma pátria armada e conseguiu. O número de armas de fogo nas mãos de civis na Amazônia Legal, por exemplo, explodiu.

Entre 2019 e 2022, o índice registrado em 7 dos 9 estados da região subiu 743,7%: foi de 6.693 para 56.473 armas. Só de 2021 a 2022, o arsenal dos CACs (caçadores, atiradores desportivos e colecionadores) na região quase dobrou, aumentando 96%.

Os dados são do Exército e foram obtidos pelo Instituto Sou da Paz e pelo Instituto Igarapé.

Em todo o Brasil, a taxa de crescimento nos últimos quatro anos também é alarmante, mas fica bem abaixo da registrada na região amazônica: passou de quase 351 mil para 1,2 milhão, alta de 259%.

Lula quer fazer do Brasil uma pátria menos armada e começou a conseguir. O número de pedidos de armas de uso restrito caiu consideravelmente em janeiro último se comparado com janeiro do ano passado.

A queda se deu após decreto publicado no primeiro dia deste ano que proíbe a venda e novos registros de armamentos.

De 9.719 pedidos em janeiro de 2002, o número caiu para 3.888 neste ano, uma redução de 60%. Disse o ministro Flávio Dino, da Justiça e da Segurança Pública:

“Acabou o ‘liberou geral’ de armas de fogo no Brasil. Nós queremos dialogar com todos. Vamos, inclusive, ouvir os armamentistas em audiências públicas, mas o ‘liberou geral’ não voltará”.

Com isso, Dino acredita que diminuirá também o número de crimes violentos:

“As armas de fogo são desviadas para quadrilhas, negócios ilegais, para fraudes, falcatruas, e aumenta, até os crimes de feminicídio”.

Ricardo Noblat é jornalista

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