Opinião

A governadora do DF e a estreita relação com o governo de Lula

Celina Leão tem acertado nesses primeiros dias, se aproximou do governo e pode ganhar quatro anos no Palácio do Buriti

Por Evandro Éboli

Renato Alves/ Agência Brasília

A governadora interina do Distrito Federal, Celina Leão, do Progressitas, tem surpreendido os interlocutores e aquelas autoridades com as quais também não tinha proximidade.

Mesmo ainda na condição de vice-governadora, Celina teve papel importante na interlocução com o governo de Luiz Inácio Lula da Silva. Enquanto se dava a ocupação dos terroristas nos prédios da Esplanada, no último domingo, ela estava no Ministério da Justiça, tentando ajudar o ministro Flávio Dino com alguma solução.

Com o afastamento de Ibaneis Rocha (MDB), Celina ganhou muito mais protagonismo. Assumiu o cargo de governadora interina com todo o poder que o cargo ostenta. Fez uma defesa burocrática de Ibaneis, que teria sido enganado por autoridades da segurança pública.

Mas, depois disso, só fez se aproximar ainda mais do governo federal e também do Congresso Nacional. Na reunião com governadores, no Palácio do Planalto, com Lula, fez questão de fazer um discurso. Não lhe cabia outro papel a não ser esse. Lamentou o ocorrido e assumiu compromissos de ajudar na apuração.

Na Câmara, obteve o compromisso de Arthur Lira, seu correligionário, de que terá todo apoio na sua gestão.

Todas essas decisões que o governo federal têm adotado e mesmo as medidas do Supremo Tribunal Federal (STF) não são escondidas de Celina. Ela está sendo colocada a par de tudo. E, mais que isso, tem sido parte da solução com os ministros de Lula.

Acertadamente, a governadora reconheceu a falha na segurança pública no domingo e tem tomado todos os cuidados com os terroristas, e bolsonaristas não terroristas, custodeados pelo GDF. Pediu para libertar idosos e crianças. E que prestasse toda assistência aos demais. Tudo junto com a Polícia Federal.

A chance de Celina Leão ganhar um mandato inteiro de governadora, por quatro anos, está colocada.
 
Evandro Éboli

EVANDRO ÉBOLI – Formado em jornalismo pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), em 1987. Com passagens pelas redações do Tribuna da Tarde (JF), na editoria de Esportes. Depois, Hoje em Dia e Folha de S. Paulo, também em MG. Em Brasília, trabalhou no O Globo (coluna Swann, Ricardo Boechat; reportagem em Nacional e Política), no O Estado de S. Paulo, na Gazeta do Povo (PR) e Veja (coluna Radar). Enfoque em direitos humanos, histórias dos anos de chumbo e Congresso Nacional.

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