Opinião

O coveiro da democracia apela aos devotos para salvar a economia

Vidas e liberdade não valem a pena

Quando a Covid-19 começou a matar por aqui e governadores e prefeitos adotaram medidas de isolamento para não colapsar o sistema público de saúde, Bolsonaro disse que o importante era salvar a economia, “morressem os que tinham de morrer”.

Como seria possível salvar a economia desprezando vidas? Ele nunca respondeu. De resto, não era coveiro. Mas se a economia não fosse salva, seu governo iria para o brejo. Se outro tivesse sido seu comportamento, talvez, hoje, celebrasse sua reeleição.

Agora, diante dos bloqueios de estradas promovidos por seus devotos, Bolsonaro, duas vezes em menos de 24 horas, apelou para que se dê passagem aos que querem passar, e, de novo, porque a economia não pode ser prejudicada. Quanto à democracia…

Sugeriu aos apoiadores que continuem ocupando praças e outros espaços públicos desde que ordeiramente, e livres para pedir intervenção militar e a anulação dos resultados das eleições. Isso é crime contra a democracia, mas ele não se importa.

Ricardo Noblat

 

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