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‘Pastores do MEC’ visitaram o Planalto 45 vezes no governo Bolsonaro

Gabinete do governo recua de sigilo imposto e divulga lista, que relata visitas de Arilton Correia e Gilmar dos Santos

Jair Bolsonaro em reunião do Palácio do Planalto com os pastores que negociam recursos do MEC, Gilmar Santos e Arilton Moura, além do ministro Luiz Eduardo Ramos, da Secretaria-Geral da Presidência | Foto: Caroline Antunes/PR

O pastor Arilton Moura, peça central no escândalo do gabinete paralelo no Ministério da Educação – os pastores do MEC –, esteve 35 vezes no Palácio do Planalto desde o início do governo de Jair Bolsonaro. Outro protagonista do lobby na pasta, o pastor Gilmar Santos, foi 10 vezes ao local no mesmo período. Investigados pela Polícia Federal, Arilton e Gilmar são suspeitos de cobrar propina para liberar recursos da pasta a prefeituras. Apesar de flagrados em áudio e de depoimentos de prefeitos confirmando os achaques, os religiosos negam a prática de qualquer irregularidade.

As informações sobre as visitas dos pastores foram encaminhadas pelo Gabinete de Segurança Institucional (GSI) ao jornal O Globo, nesta quinta-feira (14). Ná véspera, o GSI havia se recusado a fornecer os dados sobre as visitas dos dois ao Palácio, solicitados por meio da Lei de Acesso à Informação (LAI).

Segundo o GSI, a primeira ida de Arilton ao Palácio do Planalto ocorreu em 16 de janeiro de 2019, nos primeiros dias do governo. Em 21 de fevereiro de 2019, Gilmar foi pela primeira vez à Presidência, em visita à Casa Civil – pasta chefiada à época por Onyx Lorenzoni.

Arilton Moura foi recebido seis vezes após agosto do ano passado, quando a Controladoria-Geral da União abriu uma investigação para apurar supostas ofertas de propina que ele teria feito. Gilmar esteve três vezes no local no mês período.

Nas agendas

A lista indica que ao todo os pastores tiveram reuniões em pastas comandadas por quatro ministros: Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional), Onyx Lorenzoni (então na Casa Civil), Santos Cruz (então na Secretaria de Governo) e Luiz Eduardo Ramos (sucessor de Santos Cruz).

Em oito oportunidades, os pastores chegaram juntos ao Planalto. O órgão mais visitado pelos líderes religiosos é a Casa Civil: foram 19 vezes, sendo 11 durante a gestão de Nogueira (iniciada em julho do ano passado) e oito durante a passagem de Lorenzoni (de janeiro de 2019 até fevereiro de 2020).

Na Secretaria de Governo foram 16 visitas: dez na gestão de Carlos Alberto dos Santos Cruz (entre janeiro e junho de 2019) e seis na de Luiz Eduardo Ramos (de julho de 2019 até março de 2021).

Ambos estiveram pela última vez no Planalto em 16 de fevereiro deste ano, mais uma vez na Casa Civil – já sob o comando de Ciro Nogueira, um dos líderes do Centrão.

Sul21

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