Polícia

Empresário de Rondonópolis é acusado de liderar assaltantes que mataram advogado

Segunda fase da Operação Flor do Vale, nesta sexta-feira (17), que investiga o latrocínio ao advogado João Anaídes, teve como alvo o empresário e contador João Fernandes Zuffo, em Rondonópolis.

Reprodução

Endereços de “empresário contador” foi alvo da PJC em MT.

O empresário e contador João Fernandes Zuffo, dado como foragido da Justiça, foi alvo da segunda fase da Operação Flor do Vale, na manhã desta sexta-feira (17), em Rondonópolis (212 km da Capital), que investiga o latrocínio, roubo seguido de morte, do advogado João Anaídes, na madrugada de 18 de julho, em Juscimeira (157 km da Capital).

Segundo as investigações, o contador é apontado como líder da organização criminosa responsável pela ação que matou o advogado, além de outros crimes pelo estado.

No início da manhã desta sexta, os investigadores cumpriram mandados de busca e apreensão em todos os endereços do empresário, pessoal e residencial, além de um mandado de prisão, já, que segundo o delegado Ricardo Franco, Zuffo foi intimado a prestar depoimentos várias vezes, mas não compareceu, quase sempre alegando estar doente.

Ainda assim, durante a operação ele não foi localizado em nenhum de seus endereços e passou a ser considerado foragido.

“Hoje a gente foi deflagrada a segunda fase da Operação Flor do Vale com mandados de busca e apreensão em todos os imóveis do senhor João Fernandes Zuffo. As provas apontam o envolvimento dele e já temos documentadas no inquérito a participação como líder dessa organização, que, infelizmente, cometeu um crime tão grave nesse último roubo”, disse o delegado.

O caso

Segundo as investigações, em abril de 2021 a quadrilha, formada por outo bandidos, teria invadido a propriedade de Anaídes para cometer roubos. Em julho, o bando voltou para a mesma região, onde fez um ‘arrastão’ em três chácaras, na última delas, enquanto cometiam os roubos, atiraram no advogado, que não resistiu.

Ainda segundo as apurações, há evidências de um assalto da mesma quadrilha registrado em dezembro de 2020, em Cuiabá, onde dessa vez o contador estava presente acompanhando o ‘trabalho’ dos ladrões, mas se passou por vítima.

Desde o início das investigações, três já foram presos por envolvimento no crime.

Outro lado

Os advogados de Zuffo se manifestaram sobre a operação da Polícia Civil e o cumprimento dos mandados nos endereços do cliente e classificou como “arbitrária e abusiva” a atuação policial.

Os defensores argumentam que um funcionário do contador é investigado de envolvimento no latrocínio de Anaídes e que o cliente está à disposição para colaborar com a PJC. Porém, ainda segundo os advogados, sem elementos constitutivos, Zuffo passou a ser alvo da investigação, somente por ser patrão do suposto envolvimento do empregado.

Ainda sobre a operação desta sexta-feira (17), os advogados insistiram que “é inconcebível que após mais de 60 dias do fato trágico que levou a óbito o advogado no lago de Juscimeira, acreditar que uma diligência de busca e apreensão resolveria o caso em tela. Essa atitude somente serviu para manchar a imagem da pessoa que sempre se prontificou em ajudar a cooperar com as investigações e não tem participação nenhuma com o crime investigado”.

Veja nota na íntegra

“NOTA PÚBLICA

A assessoria jurídica do empresário João Fernandes Zuffo, da Zuffo Assessoria Contábil, em Rondonópolis (MT), vem a público repudiar a operação deflagrada pela Polícia Judiciária Civil, na sede da empresa do Sr. João, na manhã desta sexta-feira (17), a qual consideramos arbitrária e abusiva.

Esclarecemos que um funcionário de João Zuffo é investigado por suposta participação no assassinato de um advogado, em Juscimeira, em julho de 2021, e em razão disso, João Fernandes Zuffo se colocou à disposição da PJC para colaborar com as investigações.

Ocorre que, sem elementos constitutivos, João Zuffo passou a ser alvo da investigação, somente por ser patrão do suposto investigado. De pronto, a fim de resolver essa situação de maneira célere, seus advogados foram até a Delegacia de Polícia Civil para obterem cópia do procedimento, sendo negado pela Autoridade Policial, caracterizando o delito descrito no artigo 32 da Nova lei de Abuso de autoridade (13.869/2019).

A cópia do procedimento somente foi fornecida três semanas após solicitado. Além disso, consta apreendido na Delegacia de Polícia de Juscimeira – MT, veículo de propriedade do senhor João Zuffo, veículo no qual já foi submetido a perícia e não há nenhuma necessidade de ali permanecer. Porém, como as práticas abusivas não cessam, a Autoridade Polícia, mesmo tendo um pedido de restituição formal em suas mãos, nega qualquer despacho ou a restituição.

É inconcebível que após mais de 60 dias do fato trágico que levou a óbito o advogado no lago de Juscimeira, acreditar que uma diligência de busca e apreensão resolveria o caso em tela. Essa atitude somente serviu para manchar a imagem da pessoa que sempre se prontificou em ajudar a cooperar com as investigações e não tem participação nenhuma com o crime investigado.

Além disso, um dos advogados de João Zuffo foi impedido de acompanhar a diligência de busca e apreensão. Conforme termo juntado no próprio inquérito, uma testemunha relata a prática de tortura psicológicas a fim de se obter “a verdade real”. É deste modo que o Estado trabalha e exerce suas funções?

Reforçamos que o empresário possui endereço físico há mais de 30 no município de Rondonópolis, tendo reputação conhecida e serviços filantrópicos prestados à comunidade, condecorado com inúmeros títulos e beneméritos de várias entidades.

João construiu sua carreira sólida no Município de Rondonópolis – MT e não precisaria, em hipótese alguma, formar quadrilha para praticar roubos, tampouco contra seus próprios amigos e vizinhos de rancho. Todos os bens de João Zuffo são de fácil comprovação, oriundos de seu excelente trabalho, porém, como dito acima, a Autoridade Policial não possui essas informações, pois, pratica, a todo instante, cerceamento de defesa do senhor João Zuffo.

Ademais, as devidas providências já estão sendo tomadas e a Corregedoria da Polícia Civil foi acionada.

Bruno Balata e Douglas C. A. Lopes – Advogados”.

RepórterMT

 

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