Sebastião e sua esposa plantaram mais de dois milhões de árvores em Minas Gerais

Casal brasileiro reflorestou 600 hectares de área para dar lar a 500 espécies ameaçadas de extinção

O fotógrafo brasileiro Sebastião Salgado voltou para sua casa, em Aimorés Minas Gerais, em 1994, esperando ver a floresta tropical que conhecia desde a infância. Ele viajou pelo mundo, entre 1977 a 1984, sempre documentando as condições de vida dos camponeses e dos índios. Em 1986 ele passou a trabalhar com o grupo Francês Médicos sem Fronteiras, quando percorreu a região do Sahel na África. Sempre registrando pessoas e a própria terra em condições extremas.

Quando chegou novamente a Aimorés, encontrou a mata antes verdejantes que conhecia e amava, totalmente destruída, apenas 0,5% ainda resistia.

Sebastião disse certa vez a líderes religiosos que discutiam as mudanças climáticas que ele havia acabado de retornar de uma missão traumática, e como fotógrafo, testemunhou o genocídio de Ruanda, que ceifou a vida de quase um milhão de pessoas.

Quando retornei a Minas gerais encontrei uma terra tão doente quanto eu, tudo foi destruído. Então eu e minha esposa tivemos a ideia desafiadora de replantar a floresta. Colocamos a mão na massa e começamos a fazer isso, aos poucos, os insetos, pássaros e peixes retornaram; graças ao aumento do número de árvores que renasciam, eu também renasci como ser humano.

Ele e a esposa Lélia Warnik, fundaram o Instituto Terra, desde então, plantaram mais de dois milhões de árvores em duas décadas, formando uma cobertura vegetal ao que antes era apenas deserto, hoje abriga mais de 500 espécies ameaçadas de extinção.  

Em dezembro de 1999; o casal contratou cerca de 24 trabalhadores para o início do processo de plantio e reflorestamento, à medida em que a notícia se espalhou na região, voluntários se ofereceram para ajudar no serviço sem cobrar nada. O grupo tirava ervas daninhas invasoras e em seu lugar plantava árvores, assim centenas de novas mudas eram plantadas todos os dias. Mais de cem mil novas plantas começaram a crescer em pouco tempo, formando uma floresta densa e cheia de vida, hoje ela conta com dois milhões de árvores. A floresta que surgiu, resultou no aumento pluvial da região, além de um clima ligeiramente mais frio, trazendo uma mudança singela e desejável no clima.

Com fim dos serviços de reflorestamento da área, Sebastião diz ter encontrado uma inspiração criativa e eterna para o seu trabalho. As florestas são essenciais, precisamos de árvores nativas, para vislumbrar um futuro para o nosso planeta.

Da redação

Foto: internet