Opinião

EDITORIAL: Nascentes urbanas preservar agora ou perde-las para sempre.

Fotos mostram a realidade nua e crua dos córregoas que cortam nossa cidade.

Há exemplo do que vem ocorrendo ao redor do mundo, vários países inclusive o Brasil, tem discutido o problema da escassez de água potável no planeta. Rondonópolis precisa entrar nessa luta para defender o pouco que resta das nossas nascentes, é preciso que se crie urgentemente um fórum para debater com a sociedade esse assunto tão importante para o futuro da cidade.

Ao todo são 75 nascentes localizadas na área urbana, sem contar as menores. Elas formam ou alimentam os córregos que fazem parte da bacia hidrográfica de Rondonópolis, muitos moradores da cidade desconhecem e ignoram essas nascentes, exemplo dos córregos Canivete, Patrimônio/Bambu, Piscina, Escondidinho, Lourencinho, Lajeadinho e Queixada, que cortam a cidade, muitos moradores não sabem nem o nome deles, talvez por essa total ignorância e desconhecimento desrespeitam e agridem tanto esses mananciais.

As nascentes urbanas da nossa cidade estão todas ou quase todas soterradas e as que ainda resistem estão canalizadas e em estado lastimável, já nascem contaminadas e pior recebem esgoto in natura de residências e até de empresas, o que contamina ainda mais a pouca água que ainda teima em correr por canais entupidos de lixo, entulhos e pedras.  Se este quadro nos preocupa, imagina a situação ao longo desses cursos de água, é mais preocupante ainda.

No período das chuvas, por exemplo tudo se agrava, a ocupação irregular, a erosão e retirada da mata ciliar provocam alagamentos em muitos bairros de Rondonópolis. Atualmente, a maioria desses afluentes estão canalizados.

Num passado recente, empresas foram autorizadas a construir em cima dessas canalizações, basta observar a região onde há o encontro da avenida Presidente Médici com a rua Fernando Correa da Costa, várias estão sobre as águas poluídas do córrego do Patrimônio, cuja nascente está próxima à igreja Santa Cruz, recentemente um grande barracão foi construído às margens desse mesmo córrego sem obedecer às normas vigentes, resta saber quem autorizou tal construção. O espaço do antigo Menina Moça, que é rico em nascentes aos poucos está secando, o avanço indiscriminado de construções, pessoas inescrupulosas jogam lixo na canalização, que vai direto para o Rio Vermelho. Sem nenhuma fiscalização para esse tipo de crime ambiental que ocorre diariamente. A situação das nascentes urbanas de nossa cidade é preocupante, e urge uma ação rápida e eficiente das autoridades, sob pena de perdermos estas pequenas nascentes para sempre.

Da editoria

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